A vinda do Messias teve dois objetivos bem definidos, sendo que antes dele derramar o seu sangue cumprindo assim a profecia da renovação da Aliança do Altíssimo com o seu Povo a Casa de Judá (Jeremias 31:31 a 33 e Hebreus 8:6 a 10), Ele primeiro e não menos importante veio exemplificar através da sua vida o que Altíssimo escreveu com o seu dedo nas tábuas de pedras que foram entregues ao Profeta Moisés, revelando assim o Filho do Altíssimo como a Torah Viva ou os Mandamentos Eternos em carne e sangue (“vim para CUMPRIR"-Mateus 5:17). Assim como depois do professor escrever a matéria no quadro negro, em seguida ele precisa fechar a matéria escrita com uma explicação verbal, onde este utiliza-se de exercícios práticos e contextualizações, correto?. Só assim pode-se ter o real entendimento a respeito da matéria dada pelo professor. Foi exatamente o que ocorreu.
Os peritos da Lei/Mandamentos os escribas e fariseus haviam transformado o que era espiritual em carnal e essa é a Lei que o Altíssimo através de Seu Filho Unigênito veio desmascarar, abolir, encerrar. Esses já havia a muito perdido o real sentido dos Mandamentos por estarem obcecados em cumprir mecanicamente os Preceitos Eternos que são verdade e amor, sendo este o único caminho que liga a criação com seu Criador, transformado esses preceitos em rituais, em rotinas diárias, semanais, mensais e anuais, que precisavam ser realizadas pois, essa liderança religiosa egocêntrica vivia em função de fazer o “bem” em troca de benefícios, reputações, reconhecimentos, recompensas, lucros, dividendos, advinda do posto em que ocupavam como representantes e sacerdotes do templo de pedra.
O seu compromisso era tão latente com o templo que nada podia atrapalhar seus objetivos de servir ao Criador, como o exemplo da passagem do bom samaritano, onde o “sacerdote e o levita” nem se importaram com o seu próximo que estava a beira do caminho necessitando de socorro, pois eles sem perceber se tornaram próximo de coisas e não de pessoas, tendo como único objetivo, o compromisso com o templo de pedra. Eles iam à presença do Criador e voltavam dessa presença, eles iam ao “culto” e voltavam do “culto”, entende, eles não carregavam culto, eles iam ao templo, no entanto, não se viam como templo. (Lucas 10:30 a 37). Esses religiosos não possuíam o entendimento espiritual dos Mandamentos Eternos que foram revelados pelo Filho Unigênito do Altíssimo, que nos revela uma coisa totalmente contrária, ou seja, que o “bem” ao próximo que faz sentido, é o bem que eu faço sem desejar nenhum bem na minha direção.
Os religiosos se mostram tão ligados nas coisas do Criador que se esquecem do Criador de todas as coisas, se entregando ao mero trabalho, assim como Marta que preocupada com a presença do Mestre em sua casa, corria de um lado ao outro para poder servi-lo, sendo repreendida pelo Mestre ao chamar a atenção de sua irmã Maria, pedindo para ajudá-la, pois a mesma descansava aos seus pés ouvindo Ele ministrar acerca dos Mandamentos Eternos (Lucas 10:38 a 42). O que a passagem de Marta e Maria nos ensina é que temos que estar com a nossa alma descansada aos pés do Messias “A Torah Viva”, os Mandamentos Eternos do Altíssimo revelados em carne e sangue. A religião e a sua liderança são pedras de tropeço (Mateus 23:01 ao 39), “eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.”(Mateus 23:4) e “Quanto a vocês, peritos na lei”, disse Yahoshua, “ai de vocês também!, porque sobrecarregam os homens com fardos que dificilmente eles podem carregar, e vocês mesmos não levantam nem um dedo para ajudá-los.”(Lucas 11:46).
O Messias se refere a fardos o realizar para agradar ao homem, você nunca vai conseguir agradar ao homem sendo este um líder, ou seja, lá quem for, pois as suas necessidades mudam a cada minuto, existe um buraco na alma de cada ser humano que nunca poderá ser preenchido, exceto se o homem abdicar do seu próprio viver e buscar a vida eterna que foi revelada pela aula dada pelo Filho do Eterno acerca dos Mandamentos Eternos que foram escritos pela mão do seu próprio Pai. Esses fardos só nos desviam da preciosa consciência de que a minha dívida com o Altíssimo foi quitada, pois o sangue do seu sacrifício foi vertido para que a Aliança fosse renovada, sendo que o Altíssimo amou o “mundo/nações/gentios” de tal forma que deu o Seu único Filho, para que todo que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16). Sendo que a partir disto nós já não nos relacionamos por distância, por intermediários, por sacerdotes, por levitas, por pastores, por padres ou seja lá quem for, mas assim como Maria eu me curvo em obediência, e sobre os seus Mandamentos Eternos, sobre a Torah Viva eu ponho a minha cabeça, ou seja eu direciono toda a minha atenção e entendimento (culto racional – Romanos 12:01), e tendo essa consciência, essa percepção e convicção de fé, a minha alma estará descansada. Se Lhe entender é tudo o que eu quero e desejo ter na vida, se Ele me completa de modo que nada me falta, pois Ele é o meu Pastor, e se Ele é o meu Pastor, as coisas perdem o poder de me fazer falta, e assim vou precisando menos delas, aí eu tenho como sair para trabalhar, pois a minha alma achou descanso.
Os Mandamentos Eternos expostos pela vida do Messias são assim, primeiro a alma encontra ninho e descanso, do descanso vem a obediência, para aí sim vir a missão e o trabalho, já na religião eu trabalho para descansar, eu obedeço para que minha alma um dia tenha sossego, porque esse “deus” da religião não me dá sossego. Na religião eu faço para vir a merecer, já nos Mandamentos Eternos eu que não mereço, passo a fazer por gratidão, eu pago a dívida alheia porque o Messias quitou a minha. Nos Mandamentos Eternos a síndrome do fazer para ser amado não existe, é porque eu sou amado é que eu dirijo amor na direção alheia, é porque eu sou perdoado que eu ganho a capacidade do Altíssimo de perdoar.